Vou embora para o mar Praia do Espelho, Porto Seguro - BA, Brasil
Postado em 21 de abril de 2018 / 801

Em silêncio caminho pela areia da praia

Em paz entro no mar morno e calmo

Em vida quero passar todas as tardes aqui.

Em morte, gostaria de repousar minhas cinzas na cal(mar)ia.

 

Quando morresse, queria voltar em forma de Coral: forte, imóvel, morador da água

ou um Peixe. Nadar em silêncio na corrente; ora seguir o fluxo, ora sozinho.

Se eu fosse um grão de areia? Queimaria debaixo do Sol do meio dia como

todos os outros grãos.

 

A praia ressignifica. Um pedaço de terra rodeado por um mundaréu de água.

Muitas vidas vivem ali em silêncio. Eu vivo, eu tento ser, tento estar.

A paz que habita em mim, habita em cada gotícula de fluido salgado,

que bate nos meus pés e no Coral que gostaria de ter sido (ou que ainda posso ser)

 

Não posso estar sempre, não posso ser o que eu quero ser,

mas na praia – nesta praia – eu posso ressurgir.

A água envolve meus quadris, me agarra, me larga, me leva.

Vou embora para o fundo do mar para pode amar.

Joana Saar
  • Vanessa Santos says:

    Olá Joana!

    Adorei o seu poema.
    Você realmente soube escolher as palavras certas para descrever a tranquilidade e a magia que o mar transmite,
    Também tenho a mesma sensação de significação quando vou à praia, realmente é magnifico pensar nesse mundaréu de água e os imensidão de seres que o habitam.

  • lorrainemr says:

    Joana,
    Não sei se você é mineira, mas é recorrente a saudade do mar aqui nas Minas. Ele inspirou algumas outras colegas da disciplina também. Seu texto ficou especial por brincar com a palavra “mar” que figura dentro outros termos. Acho bonita a habilidade de trabalhar a forma do poema.
    Um abraço,
    Lorraine

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