Turvas curvas Rodovia Papa João Paulo II, 4143 - Serra Verde, Belo Horizonte - MG, Brasil
Postado em 22 de abril de 2018 / 584

Aço, concreto, vidro e metal

torcidos em curvas

refletem-se nas águas lodosas,

águas turvas.

 

A natureza encontrou um destino, letal

em que se disciplinam até as saúvas

que, outrora, morosas,

perdem-se nas curvas.

 

Pessoas, móveis, carros e guarda-chuvas

não são coisas amorosas.

Artífices despidos de luvas

que atacam, destroem em espiral.

 

Onde buscar águas que não sejam turvas?

Em quais caminhos, quais curvas?

Claras águas? Apenas nas chuvas.

Lorena Campos de Oliveira
  • lorrainemr says:

    Você traçou bem a arquitetura moderna da artificialidade. Como boa mineira, desconfio até da clareza das chuvas.
    Gostei da crítica do poema e da composição da imagem, do espaçado verde natural em contraste com a escuridão moderna.
    Um abraço,
    Lorraine

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