Aço, concreto, vidro e metal
torcidos em curvas
refletem-se nas águas lodosas,
águas turvas.
A natureza encontrou um destino, letal
em que se disciplinam até as saúvas
que, outrora, morosas,
perdem-se nas curvas.
Pessoas, móveis, carros e guarda-chuvas
não são coisas amorosas.
Artífices despidos de luvas
que atacam, destroem em espiral.
Onde buscar águas que não sejam turvas?
Em quais caminhos, quais curvas?
Claras águas? Apenas nas chuvas.
Você traçou bem a arquitetura moderna da artificialidade. Como boa mineira, desconfio até da clareza das chuvas.
Gostei da crítica do poema e da composição da imagem, do espaçado verde natural em contraste com a escuridão moderna.
Um abraço,
Lorraine