Geoprotestamento Contagem - MG, Brasil
Postado em 10 de março de 2017 / 541

Sabe aquela “flor no asfalto”?

Pois é, ela enferrujou

Nada resiste ao pó do

progresso da urbanidade

 

O chão que piso

Coberto de serragem e metal

Percorro entre alamedas e 

becos

No labirinto do pixel

A processar saídas furtivas

 

Só há um trânsito livre

Ao mover-se ao céu

Elevadas trilhas

Atravessadas por torres

Num cruzamento solar

 

De algures e só

Perdido ciborgue inumano

Tateando a procura de uma 

mina

D’água

Dissolve o seu pré-sal

Nas salinas desgovernadas

Território anil

Escorre óleo e sangue

 

O chão que piso está

enlameado

Enferrujado

E escorregadio

Espaço movediço

 

Escrevo sobre trilhos

Em busca de algum sentido

Em que situo

Na deslocalização da rosa-dos-ventos

Demarcada pelo plano-alto.

 

Poet’Isa

Isa Oliveira Poet'Isa
Isa violao

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