Sabe aquela “flor no asfalto”?
Pois é, ela enferrujou
Nada resiste ao pó do
progresso da urbanidade
O chão que piso
Coberto de serragem e metal
Percorro entre alamedas e
becos
No labirinto do pixel
A processar saídas furtivas
Só há um trânsito livre
Ao mover-se ao céu
Elevadas trilhas
Atravessadas por torres
Num cruzamento solar
De algures e só
Perdido ciborgue inumano
Tateando a procura de uma
mina
D’água
Dissolve o seu pré-sal
Nas salinas desgovernadas
Território anil
Escorre óleo e sangue
O chão que piso está
enlameado
Enferrujado
E escorregadio
Espaço movediço
Escrevo sobre trilhos
Em busca de algum sentido
Em que situo
Na deslocalização da rosa-dos-ventos
Demarcada pelo plano-alto.
Poet’Isa