Amores lacrados I Puente de Isabel II, Sevilha, Espanha
Postado em 28 de dezembro de 2016 / 568

I

 

Em Sevilha, caminho pela ponte Isabel II.

Foi jovem rainha, viveu sonho de outros.

No amor e na política se perdeu.

 

Riu-se a turba tonta, Isabelona 

tan frescachona, e ali se ia

don Paquito, seu mariquito.

 

A ponte Triana leva seu nome

Em pedra e metal seus arcos

circunscrevem o rio Guadalvir. 

 

Lá, amantes passeiam admirados…

A paisagem soberba, os arcos perfeitos.

Sob o céu espelhado conspira-se o destino.

 

 

O amor segura-se nos cadeados

A ponte serena balança, agita-se

O vento quer levar pessoas e autos…

 

Firme e altaneira, a escumalha de ferro 

parece resistir à ferrugem e ao tempo.

Resta o desafio perene: vencer a gravidade.

 

Será essa a promessa do amor?

Quem ali se ata com sangue

Firma-se o pacto num lance?

 

Haverá jogo no amor que recomeça?

Cadeado partido, sonho infeliz,

Ou fluir de um rio demorado noutro rio?

 

Rogério Barbosa Silva

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