Amor é o sentimento que abraça o lugar
Mas não sei se a presença
Ou a ausência dele.
Pico do Amor.
De picos Itabira está cheia
Mas a maioria gira em torno do dinheiro
Do minério de ferro.
Amor e dinheiro?
Difícil combinação.
Para os românticos
No Pico do Amor realmente existe amor
Quantas promessas e juras
Quantos beijos e carinhos
Ao pé da cruz que está no topo.
Drummond já dizia
Que subir ao Pico do Amor
Era sentir presença de amor
Talvez amor pela cidade
Pelas pessoas itabiranas
Ou simplesmente amor
Sem um porquê.
Todo itabirano verdadeiro
Já subiu o pico
E quem nunca subiu,
Não é completo.
Pois até Niemeyer
Deixou lá a sua assinatura
Para o amigo poeta.
E Drummond, continua sentado no banco,
Observando o horizonte
Talvez escrevendo mais versos
Sobre a cidade natal
Que ainda morre aos poucos.
Fernanda, seu poema é forte e necessário.
Lindo poema, Fê! Amei o lugar escolhido, a relação com Drummond, a reflexão sobre o amor e a forma mais livre utilizada, sem se prender a rimas e formas fixas, o que configura um caráter moderno ao poema.