I
Chuva nos meus olhos
não eram lágrimas.
Era a alma sangrando,
escorrendo
rosto abaixo.
Um rio em luto, dolorido.
Desaguando,
da ferida e dos pêsames,
nas pontas
do sorriso – falecido.
O choro não era pranto;
não só pranto…
Parecia tanto
que não lhe cabia em si.
Por isso transborda, transborda…
Da alma,
do peito,
dos cantos
dos olhos.
II
Chuva, nos meus olhos,
não eram lágrimas ―
um dia eu disse.
Ah! Quanta besteira…
Quanta resistência
em vestir a dor.
Quanta resistência
em assumir lágrimas!
Que vergonha é essa
de abraçar
a tristeza?
Que vergonha é essa
de disfarçar ― na metáfora
― o choro,
se até o céu acinzenta?
Se até as nuvens
choram?
Adorei!! Muito intenso, carregado de sentimentos e emoções!
Parabéns pelo trabalho. Gostei também da divisão do poema.
Abraços 🙂
Muito lindo o seu poema, Debis!!! Sensível.