Em silêncio caminho pela areia da praia
Em paz entro no mar morno e calmo
Em vida quero passar todas as tardes aqui.
Em morte, gostaria de repousar minhas cinzas na cal(mar)ia.
Quando morresse, queria voltar em forma de Coral: forte, imóvel, morador da água
ou um Peixe. Nadar em silêncio na corrente; ora seguir o fluxo, ora sozinho.
Se eu fosse um grão de areia? Queimaria debaixo do Sol do meio dia como
todos os outros grãos.
A praia ressignifica. Um pedaço de terra rodeado por um mundaréu de água.
Muitas vidas vivem ali em silêncio. Eu vivo, eu tento ser, tento estar.
A paz que habita em mim, habita em cada gotícula de fluido salgado,
que bate nos meus pés e no Coral que gostaria de ter sido (ou que ainda posso ser)
Não posso estar sempre, não posso ser o que eu quero ser,
mas na praia – nesta praia – eu posso ressurgir.
A água envolve meus quadris, me agarra, me larga, me leva.
Vou embora para o fundo do mar para pode amar.
Olá Joana!
Adorei o seu poema.
Você realmente soube escolher as palavras certas para descrever a tranquilidade e a magia que o mar transmite,
Também tenho a mesma sensação de significação quando vou à praia, realmente é magnifico pensar nesse mundaréu de água e os imensidão de seres que o habitam.
Joana,
Não sei se você é mineira, mas é recorrente a saudade do mar aqui nas Minas. Ele inspirou algumas outras colegas da disciplina também. Seu texto ficou especial por brincar com a palavra “mar” que figura dentro outros termos. Acho bonita a habilidade de trabalhar a forma do poema.
Um abraço,
Lorraine